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17/01/2005

Eu e a música - primórdios

Acho que já estava no hora mesmo de fazer um post sobre minha relação com a música. Lá, no meu perfil, está escrito, além de sexo, idade e local onde moro, a palavra música e quase todos os posts foram acompanhados de letras e/ou de arquivos de músicas.

Algumas pessoas até acharam que eu era músico, algo que minha falta de disciplina jamais me permitiria ser. Não me imagino treinando, horas a fio, um solo de violão, piano ou tuba. Mas ficaria, como já fiquei, horas e horas (e bebidas e bebidas), com um grupo de amigos, tocando e cantando.

Como baiano a música sempre me acompanhou, nas festas populares, nas rodas de capoeira, no carnaval, de modo que a Bahia foi minha influência musical primeira.

O ano é 1961 e estou morando em Recife. Meu pai tinha acabado de comprar uma fantástica "eletrola" ou "radiola" ou sei lá o nome. Era um móvel, semelhante a (mas não igual a) este aqui, com rádio e toca-discos. Dois anos depois, foi trocado por outro móvel, maior ainda e, pasmem, estereofônico, coisa que nem sabia o que era.

Os discos eram LPs e compactos de vinil, é claro. Isaura Garcia, Anísio Silva, Big Bands tipo "Metais em Brasa" essa era a música ouvida lá em casa. Para mim? Bem, o primeiro LP que comprei foi de Chubby Checker, para escândalo de minha madastra, mas eu escutava, ou era obrigado a escutar, também, aqueles outros.

De 1961 a 1965 tomei banho de lua, desci a rua Augusta a 120 por hora, mandei todo mundo pro inferno, parei na contra-mão, andei de calhambeque, fui tremendão, ou seja, uma brasa, mora!

Era quase um rito de passagem obrigatório para um jovem de 11 a 14 anos. Ao longo desse período, as músicas estrangeiras não me marcaram tanto quanto as da jovem guarda que, sem sombra de dúvida, foi um fenômeno. Já pelas calendas de 1964 comecei a me interessar por um conjunto inglês que tocava de modo diferente dos "rockabillies" que eu ouvia, um tal de "Beatles", que incorporei a meus interesses.

Um parágrafo especial para a música instrumental daqueles anos. O conjunto básico de rock instrumental era composto de guitarra solo, guitarra base, baixo e bateria. Eventualmente, outros instrumentos, como teclado. Lá fora, "Tornadoes ", "The Ventures", aqui, "Os Incríveis", "The Clevers", apenas para citar uns poucos.

E chegamos a 1965, quando lá em Recife começou a ser transmitido, na televisão local, os "vídeo-tapes" do I Festival de Música da TV Excelsior, trazendo toda uma nova geração de compositores, uma nova estética, letras mais elaboradas.

Peraí, vocês podem me perguntar. E a bossa nova?

Confesso que nem sabia bem o que era e, se já havia ouvido, nada me dissera, isso em 1965, em Recife e Salvador onde eu ainda gritava "ié, ié, ié".

A música do post é instrumental e representa uma dupla homenagem, ao período e à tecnologia. Em 10 de julho de 1962, foi lançado o primeiro satélite de comunicações, "Telstar", que transmitia ligações telefônicas internacionais, programas de televisão, rádio, inaugurando, assim, a era das telecomunicações. Estarmos na internet é conseqüência disso.

Trata-se, justamente, de "Telstar", composta por um produtor inglês, Joe Meek, no dia da primeira transmissão internacional e gravada, dias depois, pelo conjunto inglês "The Tornadoes". Foi um grande sucesso da época. É esta gravação (acho que é a original) que fecha o post de hoje. Os curiosos sobre a música e o satélite podem seguir este link.




Escrito por um barco às 08h10
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