Um Barco
Navegar foi necessário, impreciso mas necessário.
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08/01/2005

Duas Visões de Um Barco

Antes do natal, uma brincadeira de amigo secreto virtual, organizada por Loba, em seu blog Loba, Corpus et anima, fez com que alguns blogueiros presenteassem uns aos outros com uma mensagem. Fui sorteado por Anne, autora do blog Retalhos da Alma, que me presenteou com o que é mostrado abaixo:



O poeta segue só...

Cores, luzes, ventos...
Cheiro de maresia.
Caminhos...
E o poeta segue só.
Atravessa o mundo
E está só.

Inquieto.
Chora...lamenta
Pranteia ausências.
Certezas ilusórias.
Sente dor...
Gritos que ecoam dentro
E fora de si...

O poeta segue só
Questiona-se entre SER
E não SER...
Entre o amor
E o desamor...

Vida ilusória.
Atravessa o mundo
E está só
Com sua alma
Repleta de segredos.
Pobre poeta...
Segue só...

Por Anne.

Oi meu amigo, eis que com carinho, envio este poema. Gostei de ter conhecido teu espaço de palavras e sentires.Um bom Natal! Beijinhos e felicidades.



Entre o natal e o final do ano, outra brincadeira, dessa vez uma homenagem, pela qual haveria outro sorteio e outro presente virtual, após um "mergulho" no blog sorteado. Quem mergulhou em "Um Barco" foi a "Aprendiz" do blog Aprendiz de escritora que escreveu o texto abaixo:


Blog Um barco

Estava navegando nesse mar de blogs quando avistei "Um Barco", trazia no seu corpo a frase "Navegar não é preciso, é necessário mas não preciso". Passei uns instantes a refletir sobre tal frase, algumas interpretações vieram, mas foi só quando agarrei uma corda e subi barco a dentro que a metáfora começou a se cumprir.
Fiquei escondida, não fiz nenhum comentário, nem se quer puxei uma conversa com o comandante. Em silêncio observava toda a movimentação.
No dia dezenove de junho quase aparecia para poder comemorar o aniversário do Chico Buarque que por ali de vez em quando aparece, no entanto, achei melhor sozinha cantar o "Olê olá" com o "Pedro Pedreiro".
Dias se passaram eu permaneci em silêncio, não sentia fome nem sede, não necessitava de mais nada além das palavras que acostumei a ouvir.
Imaginei que o dono dali fosse músico, (será?) pois todas as conversas nos levam a belas canções, a grandes compositores. Já escutei Vinícius, Paulinho da Viola, Ivan Lins, Edu Lobo, entre tantos outros.
Foi então que certa vez tive que discordar daquela frase: Para mim navegar é preciso sim. Quase que saio do meu esconderijo e vou dar ciência de minha discordância, mas não, algo me segurou. Acho que foi quando ele falou que era um homem urbano mas que tinha experiência com o "mato". Puxa, que coincidência também nasci no interior, mas adoro "o burburinho, o 'agito' da cidade grande". Continuei apenas a escuta-lo, pois sei que muito de minha vida pode ser entendida através deste homem.
O tempo passando e eu aprendendo com "um barco". Um gosto especial quando ele fazia suas divagações pelo existencialismo, algo como "Há muitos de mim, dentro de mim. Apesar disso, muitas vezes me acho pouco, me sinto parco. Isto, quando consigo me achar, quando não me acho vazio, oco."
No fim de tudo fui descoberta por uma marinheira que certo dia veio visitar o barco. Puxou-me a orelha e disse que como agradecimento por tanto tempo vivendo aqui deveria fazer uma homenagem ao dono. Então comecei a escrever essas humildes linhas, na esperança que ele continue a aceitar pelo menos minha visita, não mais em silêncio, agora com direito a uma boa conversa de vez em quando.
Para quem não veio conhecer "Um Barco" ainda, deixo o meu convite na certeza que irão se encantar com sua beleza.

Aprendiz

A ambas, Anne e Aprendiz, meu carinho e reconhecimento pelas visões, de mim e de Um Barco.



Escrito por um barco às 16h04
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