Um Barco
Navegar foi necessário, impreciso mas necessário.
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Homem, 56 anos,
Rio de Janeiro, Música


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28/10/2004

Em um, muitos...

Há muitos de mim, dentro de mim. Apesar disso, muitas vezes me acho pouco, me sinto parco. Isto, quando consigo me achar, quando não me acho vazio, oco.

Há mais de mim, fora de mim. Na percepção dos que me conhecem ou me lêem. Na imagem que fazem dos muitos de mim, mesmo quando me penso pouco, mesmo quando sou "aquele". Muitas faces, muitas fases, mil frases, milênios de um minuto, segundos intermináveis. Nesse momento sou pleno. Também sou desejo, vontade, repressão, negativa.

Além de tudo isso, há um "eu", minha essência, límpido, claro, escondido, contido, único. E vou vivendo, tempo-rio me levando, ora remanso racional, ora corredeira emocional, ora o inverso de um ou do outro. Cada iminência de momento, cada ponto de decisão destrói universos de possibilidades, para criar uma realidade, na qual navego, anjo ou demônio.

Olho para trás e o tempo é uma tela de monitor onde me observo, numa infindável repetição, imutável e com a qual não interajo, salvo nos sonhos ou em fantasias, quando caminho por um dos universos destruídos pela decisão tomada.

Inúmeros temas atraem minhas idéias, mas não se encaixam em nenhuma delas, percepções fugidias que não consigo captar, além da razão abstrata de não querer mais nem menos, apenas uma ilusão concreta, âncora de uma realidade à qual não pertenço, pretensa vida, pretendida fuga ou, talvez, pretensa fuga, pretendida vida, o que dá no mesmo.

Não está me conhecendo? Talvez eu seja você e você não se aperceba disso. Talvez eu seja o que quer, mas não sabe pedir ou tem medo de fazê-lo. Talvez eu seja seu análogo, num dos universos que destruiu ou seu antípoda. Talvez eu seja seu medo mais oculto, sua ilusão mais real, seu anseio mais forte. Ou, talvez, não.


Mal Necessário
(Mauro Kwitko)

Sou um homem, sou um bicho, sou uma mulher
Sou as mesas e as cadeiras desse cabaré
Sou o seu amor profundo, sou o seu lugar no mundo

Sou a febre que lhe queima mas você não deixa
Sou a sua voz que grita mas você não aceita
O ouvido que lhe escuta quando as vozes se ocultam
Nos bares, nas camas, nos lares, na lama

Sou o novo, sou o antigo, sou o que não tem tempo
O que sempre esteve vivo, mas nem sempre atento
O que nunca lhe fez falta, o que lhe atormenta e mata

Sou o certo, sou o errado, sou o que divide
O que não tem duas partes, na verdade existe
Oferece a outra face, mas não esquece o que lhe fazem
Nos bares, na lama, nos lares, na cama


Escrito por um barco às 20h42
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