Um Barco

terça-feira, 22 junho 2004

Resto de Tristeza

Resto de tristeza, fique onde está, aí no fundo de mim. Não me deixe agora, pois a ilusão, aquela enganadora, tentará tomar seu lugar, trazendo sonhos, anseios, vontades e outros de seus, nem sempre desejáveis, companheiros.

Resto de tristeza, não saia, senão a felicidade vai querer ocupar seu espaço, juntando-se à ilusão em algo tão sólido, que desmanchará, ao primeiro desengano.

Resto de tristeza, você é meu vínculo com a realidade, me lembrando que, mesmo estando feliz, a vida é um colcha de retalhos costurada pelo tempo, com cada pedaço de emoção que sentimos.

Resto de tristeza, não cresça muito. Fique assim mesmo, pequena o suficiente para ser notada, porém não tão grande que ocupe todo meu sentimento.

Resto de tristeza, conviva em paz com o resto de alegria que teima em querer entrar, até quando não espero, insinuando-se através de meus olhos, cada vez que paro de olhar para dentro de mim e enxergo o mundo ao meu redor.

Resto de tristeza, tempere meu riso, fazendo com que outros leiam em meu rosto o equilíbrio, mesmo que não haja.

Resto de tristeza, resto de alegria, perfumem meu ânimo, temperem minha calma a cada instante e se transformem em serenidade, irmã gêmea da paz.

Filed under: Prosa — Um Barco @ 6:40 pm

1 comentário »

  1. COMENTÁRIOS ANTIGOS

    [joceli]
    Sua tristeza não me parece genuína.Parece-me talvez mais uma melancolia.Ou talvez,seja uma tristeza doce, calma. Enfim, são apenas impressões.
    22/02/2005 16:51

    [marisa] [bragalia@uol.com.br] [http://bragalia.blog.uol.com.br]
    Psiuuuu resto de tristeza…preste atençao: sem que ele veja…Vá embora. Deixe op coraçao dele se encher da alegria. E que as aguas levem o barco num deslizar sem ondas perigosas.
    25/06/2004 23:03

    [Nina]
    Sentimentos…melhor um pouquinho de cada, para não esquecermos: que tivemos um PASSADO (bom ou ruim é nosso, ninguém tira!), que com certeza teremos um FUTURO melhor (pra isso servem as experiências do passado) e que acima de qualquer outra coisa, o HOJE, por si só, já é um PRESENTE. Lindo texto! Beijos. Nina.
    24/06/2004 00:18

    Comentário by Um Barco — sábado, 11 abril 2009 @ 11:51 am

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