Cobrado por uma amiga, sobre minhas infreqüentes atualizações neste blog, respondi-lhe que era preguiçoso. Acrescentei que também era hiperativo. Claro que uma das respostas era brincadeira. A primeira.
Já me defini como difuso, o que é verdadeiro e até conseqüência de minha hiperatividade. O fato é que me perco em mim mesmo. O rítmo, às vezes alucinante, de meu trabalho desmente minha pretensa preguiça.
Por motivos conjunturais, não costumo sair muito à noite, sendo a internet e o chat fontes de lazer. Por outro lado, tenho uma certa tendência a (ou vontade de) ser “geek” e gosto de informática (com alguma ênfase em programação). Isso tudo, para não falar nas tarefas que trago do trabalho para casa e que, de uma forma ou de outra, envolvem o uso do computador.
Não gosto de televisão, excetuando-se alguns shows e filmes. De vez em longe, uma dedilhada no violão, só para não esquecer, já que, uma vez por mês, me reúno com um grupo de amigos, para cantar, tocar, beber e beliscar petiscos, não necessariamente nessa ordem. Pronto, está montado o panorama de minha distribuição de tempo.
Puxa! Já ia me esquecendo! Tenho uma família (esposa, filha, sogra e gato) e tudo o que isso implica em disponibilidade de tempo. Falta ainda alguma coisa? Claro, sempre falta, mas fiquemos com essas variáveis das “opções”, do título do post. É óbvio que tudo que escrevi até esse ponto engloba as tais “explicações”, também do título.
O incentivo para a navegação de “Um Barco” é representado pelos comentários das(os) amigas(os) que, apesar da tendência desse “diário da web” (weblog=blog) se transformar em um mensário ou mesmo anuário, tendendo a um seculário, teimam em deixar, sob a forma de comentários, pedaços de carinho, que absorvo, com o prazer de quem come (desde que goste, é claro) uma torta de chocolate (sou chocólatra, portanto, já que este post é uma obra aberta, substituam pelo acepipe preferido).
Em particular, para o post de hoje, meu agradecimento vai para Marcos, autor de um bem humorado e inteligentemente crítico blog, cujo comentário reproduzo abaixo, na íntegra:
[Marcos][www.esculachoesimpatia.zip.net] Meu caro “Barco”, é uma maldade o que nos faz deixando-nos tanto tempo sem lê-lo.
21/10/2004 21:48
O que dizer agora de minhas motivações? Nada, apenas que gravitam ao sabor de meus devaneios instantâneos. Cada post que está neste blog partiu de um incentivo: uma lembrança, um chat, escritos antigos (poucos), desenterrados por uma pá de neurônios e desencadeados pelo acaso ou por um caso. De qualquer modo, mesmo que tarde, me vejo aqui, desnudando-me um pouquinho mais, numa catarse virtual coletiva e co-letiva, já que viver é aprender, embora nem sempre se aperceba disso no momento.
Meu caro Marcos, obrigado pela tacada na bola branca de minhas motivações. A você, dedico este post. A música é, como a maioria das que aqui coloco, não muito conhecida, mas com alguma referência ao momento. Este arranjo é ainda menos conhecido, com o “Som Imaginário”, nos idos de 1970 e com a letra diferente da gravada posteriormente por Beto Guedes. O momento é, ao escrever este post, platônico, com caverna e tudo.
feiramoderna.mp3Feira Moderna
(Beto Guedes & Fernando Brandt)
Tua cor é o que eles olham, velha chaga
Teu sorriso é o que eles temem, medo, medo
Feira moderna um convite sensual
Oh! Telefonista, se a distância já morreu
O meu coração é velho
O meu coração é morto
E eu nem li o jornal
Nessa caverna o convite é igual
Oh! Telefonista, a palavra já morreu
Independência ou morte
Descansa em berço forte
A paz na terra – amem