Algumas vezes é difícil explicar, com exatidão, porque gostamos de certa música ou porque sua lembrança ficou em nossa mente por tanto tempo. É o caso de “A Nova Conquista”, de Raimundo Fagner e Ricardo Bezerra, gravada por Fagner e Cirino num compacto de 1971, versão (acho que única) que poderão ouvir, se assim desejarem.
Há canções que estão ligadas a algum fato, geralmente de forte conteúdo emocional, por que passamos e que se tornam uma espécie de marco daquele momento. Essas dispensam explicações, estão tatuadas na memória.
Devo ter ouvido esta canção por volta de 1972 ou 1973 quando a voz esganiçada e única de Fagner ainda não havia marcado presença na MPB. Gostei do estilo da música, meio samba, meio bossa, com uma letra simples mas com algumas construções interessantes.
E ficou na memória até quando, alguns anos depois, Fagner e o pessoal do Ceará acharam e ocuparam seu espaço na MPB, assim como os baianos e os mineiros também o fizeram. E me lembrei, mas nunca mais ouvi.
Interessante é que a canção não marcou nenhum momento importante em minha vida, seja amoroso ou musical, mas resisitiu e só consegui resgatar a gravação recentemente e, claro, via “download”, já que nunca foi disponibilizada em meio físico (pelo menos que eu saiba).
Ressalte-se que é a primeira gravação de Fagner, pelo menos é o que percebi, visitando o site oficial do cantor.
A Nova Conquista
(Raimundo Fagner e Ricardo Bezerra)
Eu satisfeito da nova conquista
E muito alegre de tanto te amar
Você só pensando na vida e nos saltos
Você só olhando no jeito meus passos
Como que me perguntasse o que mais eu queria
Porque tudo acabava em silêncio eu te juro
Mas meu cigarro iluminava
Tua face quase triste de amar
Amei, eu amei, mas faz de conta
Que a vida é isto mesmo
Porque tudo acabava em silêncio eu te juro
Eu passei a vida esperando
E sem ela minha vida ia passar
Mas sei que a gente perde um tempo inútil
E a sorte quando esta chega não há quem segure
Então vou fazer-te uma promessa
Outro dia a gente vai se encontrar.