Sábado, 27/01/2007

Reveses

As vezes, que queria muitas,
Poucas foram e apenas ficaram,
Como traços, na memória,
Manchas de lembranças,
Pouca coisa, coisa pouca.

Às vezes, desejei muito,
Me esquecendo, um pouco, 
Que, na vida, as poucas chances
Representam o tudo possível,
Quando muito se espera, mas em vão.

Nas vezes em que tive um pouco,
Era como se fosse bastante,
Mais que suficiente,
Menos, porém, que necessário.
Foi o que me coube, o que eu pude ter.

Das vezes, poucas, que me lembro,
Em que tive o que desejava,
Tudo me pareceu muito claro,
Como se o claro fosse o sempre,
E não o de vez em quando.

Tantas vezes e tantas coisas,
Quis, sem ter e sem me dar conta,
Que o futuro é escravo do presente,
Nem sempre mas, com freqüência,
Contra nossa vontade.

De vez em quando, me pergunto
E me respondo, mas só às vezes, 
Já que nas vezes em que respondo,
Lembro-me das vezes em que
Não havia perguntas, só respostas.

Escrito por Um Barco às 10h54

[ Comentários  ]