Segunda, 05/02/2007

Queria...

Queria tanto, tanto,
Que já nem sabia
Se era aquilo mesmo
Que eu queria.
E tanto quis,
Que tanto fiz,
E, no entanto,
Não senti prazer
Ou algo diferente
Daquilo que sempre senti,
Nas vezes em que pude,
Mas querer eu quis.
Até me perder,
Até me esquecer,
Que o querer tem regras,
Que o fazer exige,
Que o sentir impõe,
Que o viver limita.
E cansei de querer,
Cansei tanto, tanto,
Que tive a certeza
Clara, claríssima,
Da inutilidade,
Da disparidade,
Da insensatez,
Da voracidade
Do tempo, que consumiu
O pouco tempo que tive
Para tentar descobrir
A razão de tanto querer.
Agora, nada quero,
Por outro lado, nada faço,
Apenas sinto.

Escrito por Um Barco às 09h15

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