Queria tanto, tanto, Que já nem sabia Se era aquilo mesmo Que eu queria. E tanto quis, Que tanto fiz, E, no entanto, Não senti prazer Ou algo diferente Daquilo que sempre senti, Nas vezes em que pude, Mas querer eu quis. Até me perder, Até me esquecer, Que o querer tem regras, Que o fazer exige, Que o sentir impõe, Que o viver limita. E cansei de querer, Cansei tanto, tanto, Que tive a certeza Clara, claríssima, Da inutilidade, Da disparidade, Da insensatez, Da voracidade Do tempo, que consumiu O pouco tempo que tive Para tentar descobrir A razão de tanto querer. Agora, nada quero, Por outro lado, nada faço, Apenas sinto.
Escrito por Um Barco às 09h15
[ Comentários ]